sábado, 25 de maio de 2013

http://periciacriminal.com Peritos garantem autenticidade de foto premiada pela World Press Photo

Às acusações de falsidade da fotografia vencedora do concurso da World Press Photo deste ano, a organização responde esta quinta-feira garantindo que não houve nem manipulação nem edição excessiva com o objetivo de subverter a fotografia original. Garantindo a sua autenticidade, a Fundação promotora do concurso garante também a justeza da vitória.

 
Peritos garantem autenticidade de foto premiada pela World Press Photo Paul Hansen

A resposta surge na sequência de análises feitas por peritos em análises científicas à fotografia “enterro em Gaza” tirada pelo fotógrafo Paul Hansen e requeridas pela Fundação World Press Photo após o desencadear da polémica pelo Blogue “Extreme Tech” que afirmava ser esta o resultado da foto-composição com origem em três fotografias diferentes.

“Revimos o arquivo RAW original, fornecido pela World Press Photo e a imagem resultante em JPEG. É evidente que a imagem foi retocada no que diz respeito à tonalidade e à cor de determinadas zonas e no seu conjunto. Para além disso, no entanto, não encontrámos nenhuma prova de que se tenha realizado uma manipulação relevante da imagem ou uma composição”, lê-se no relatório final apresentado pelo grupo de peritos consultados pela Fundação World Press Photo.

“Acrescenta-se que a análise sobre a pretendida manipulação fotográfica é muitíssimo deficiente”, acusam os peritos.

Eduard de Kam é um perito de fotografia digital e pertence aos quadros do Instituto Holandês da Fotografia Digital” (NIDF). Foi um dos vários peritos convocados para se pronunciar sobre a validade, ou não, da fotografia que ganhou o prémio da renomada Fundação. 

Kam explicou a sua opinião enquanto perito. “Quando comparo o arquivo RAW (entregue pelo fotógrafo – Raw, ou formato cru, é uma denominação genérica de formatos de arquivos de imagens digitais que contém a totalidade dos dados da imagem tal como captada pelo sensor da câmera fotográfica) com a versão vencedora, pude ver, efetivamente que houve muita pós-produção, no sentido de que algumas áreas da fotografia foram aclaradas e outras obscurecidas. Mas, no que toca à posição de cada pixel, todos eles estavam exatamente no mesmo lugar no arquivo JPEG (imagem vencedora) e no arquivo RAW. Portanto, descarto qualquer possibilidade de que se trate de uma imagem composta”, afirmou perentoriamente o perito.

O resultado desta peritagem pedida pela Fundação veio permitir aos organizadores do célebre concurso desmentirem a tese que se foi formando nos últimos dias de que se estaria perante uma fotografia resultante de fotocomposição com base em três fotografias independentes.

O fotógrafo alvo da acusação, Paul Hansen, já negara perentoriamente ter manipulado a fotografia ou mesmo falsificado a mesma. No que toda aos retoques de tonalidade e cor, Hansen, não os rejeita, antes os explica. “Ao corrigir as tonalidades e o equilíbrio irregular das luzes da ruela processei o arquivo RAW com uma densidade diferente para aproveitar a luz natural em lugar de sobre-expor ou sub-expor (aumentar ou diminuir a luz de uma zona), com a finalidade de recrear o que vi e obter um leque dinâmico de tonalidades más amplo. É simplesmente o mesmo arquivo editado sobre si mesmo”, explicou o fotógrafo reagindo à acusação do blogue “Extreme Tech”.

A justificação de Hansen é agora corroborada por um grupo de conceituados peritos em fotografia digital que confirmam as suas alegações e a autenticidade da fotografia que reputam sem manipulações ou fotocomposições. O que foi feito, retoque da tonalidade e luz, é prática habitual entre fotógrafos profissionais nomeadamente quando se enviam fotografias para concursos.

A fotografia em questão, eleita a fotografia do ano pela World Press Photo, retrata dois palestinianos acompanhados por um mar de gente numa rua de Gaza transportando nos braços os cadáveres de duas crianças envoltas em lençóis brancos em direção à mesquita. Mais atrás ia o cadáver do pai das crianças envolto numa mortalha branca e numa maca carregada por alguns compatriotas. 

Os miúdos, de nome Suhaib Hijzi e o seu irmão Mohamed respetivamente com dois e três anos morreram vítimas do bombardeamento israelita que destruiu a sua casa.

Original em: http://www.rtp.pt

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