Novos prédios do IML e Instituto de Criminalista foram entregues há 1 ano.
Familiares combram do Estado a agilidade na entrega de exames de DNA.
Nos laboratórios dos Institutos de Criminalística e do Instituto Médico Legal (IML) do Piauí faltam equipamentos e até reagentes químicos para a realização de exames periciais, apesar das novas instalações, há cerca de um ano, no bairro Saci, na Zona Sul de Teresina. A precariedade da infraestrutura prejudica principalmente a investigação dos homicídios, como, por exemplo, o caso da ossada humana encontrada no dia 12 de dezembro de 2013, na Vila Irmã Dulce.
A ossada foi encontrada na residência de Maria da Cruz Ribeiro, desaparecida desde 31 de dezembro de 2009, onde vivia com o ex-marido, suspeito de cometer o crime. Para a família da vítima, não restam dúvidas que a ossada pertence a Maria da Cruz, mas a falta de comprovações técnicas prejudica as investigações e as punições aos envolvidos no homicídio.
“Nós da família sabemos que é ela pela arcada dentaria, pelas vestes. Mas para a lei tem que provar que se trata da Maria da Cruz. Não é só a minha família que esta passando por isso, esperando resultado de DNA e sofrendo por etapas. A minha irmã morreu há quatro anos e o assassino dela está solto”, disse um parente que preferiu não se identificar na reportagem do PI TV 1ªEdição.
O delegado de homicídios, Francisco Baretta, declarou que a investigação fica totalmente prejudica sem os laudos conclusivos do corpo cadavérico. “Sem a prova técnica você não tem nada. É uma investigação que não leva a lugar nenhum, principalmente na investigação de homicídio. Como é que eu vou levar um indivíduo ao Tribunal do Júri, que antes ele tem que passar por toda uma instrução criminal, onde ele tem direito a ampla defesa, qualquer advogado vai arguir preliminarmente uma nulidade de qualquer ato porque não se tem materialidade”, defendeu.
IML e Laboratório de DNA
No necrotério do IML, os corpos ainda são mantidos em mesas de inox. No local, a novidade é somente o scanner de corpos, que facilita a identificação de lesões internas e externas, mas que depende de uma grande capacidade de energia. A estrutura prejudica também a realização dos exames do DNA. Por causa disso, o IML precisa coletar o material e enviar para os laboratórios especializados nos estados do Ceara, Pernambuco e Maranhão. O resultado pode durar até cinco meses para chegar em Teresina.
“A gente manda o material e em uma semana depois mandamos os nossos peritos para fazer os exames por lá. De forma que a gente tem, no final, um prazo semelhante se fosse feito por aqui”, disse o coordenador do Instituto de Criminalista, Antônio Nunes.
O secretário de Segurança Pública do Estado, Luís Carlos Martins, informou que a omissão de laudos é razoável. Além disso, ele afirmou que o IML e o Instituto de Criminalistas possui capacidade o suficiente para elaborar laudos conclusivos. Luís Carlos também comentou que o laboratório de DNA está em processo de licitação e um novo fornecimento de energia ampliará o funcionamento dos laboratórios.
Original em: http://g1.globo.com
Falta de reagentes químicos no IML prejudica investigação de homicídios no PI
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